Casas multigeracionais: a nova realidade mundial
13 de julho de 2023
A configuração da moradia está sendo alterada para uma nova realidade mundial: as casas multigeracionais. Seja por questões financeiras ou de habitação, as famílias estão se adaptando e convivendo com múltiplas gerações em um mesmo lar. Por isso, é preciso pensar em uma moradia que atenda às necessidades de cada membro e respeite a individualidade na medida do possível.
No mundo
Essa realidade já existe em países como a China, Índia e Coreia do Sul. Mas, segundo a empresa WGSN, que pesquisa tendências de mercado, os Estados Unidos também surpreenderam com um aumento de 7% em 2011 para 26% em 2021 no número de moradias multigeracionais. Já o Reino Unido prevê que 17% de seus lares serão multigeracionais até 2040 e 4 entre 5 pessoas entrevistadas disseram que a experiência de morar com gerações diversas é positiva de um modo geral.
A crise e o envelhecimento global da população estão no centro dessa mudança, com pais de crianças tendo que lidar com o custo dos cuidados e educação, alugueis e moradias com custo elevado e os mais velhos desejando se manter em casa de forma independente. Isso se traduz em um opção atraente para todos, do ponto de vista financeiro, de cuidados e de compartilhamento de recursos.
No Brasil
Por outro lado, segundo a empresa QuintoAndar, no Brasil já temos 32% das moradias com 3 ou mais gerações da mesma família morando juntas. O alto custo de vida e moradia, somado ao fato de que mais da metade dos 60+ sustentam a casa ou pelo menos contribuem com metade das despesas, são os principais fatores na nossa realidade. Além disso, o envelhecimento da população está invertendo a pirâmide de perfil demográfico brasileiro, conforme imagem abaixo.
Os baby boomers e a geração X (os nascidos entre 1965 e 1981) valorizam a independência e esperam permanecer nas suas casas pelo máximo de tempo. Por outro lado, manter um familiar em um centro dia ou residencial para idosos requer um investimento que a maioria das famílias brasileiras não podem sustentar.
Portanto, muitos 60+ no Brasil convivem hoje com as gerações Z e millennium, compartilhando espaços na maior parte das vezes pequenos e pouco amigáveis para as diversas gerações. No entanto,
Adaptação das moradias
É fundamental garantir a autonomia e a inclusão em casas compartilhadas, criando espaços que permitam que os adultos possam fazer tarefas sem ajuda pelo maior tempo possível. E, para os jovens, é bom lembrar que essa é uma geração tecnológica, antenada, que preza a estética e adaptabilidade.
Para se conviver de forma harmoniosa e com segurança, muitas vezes é necessário fazer algumas mudanças na casa. Quem pode, deve investir em produtos e soluções de interiores para uma casa mais prática, funcional e que contemple as necessidades das várias gerações que nela vivem.
Produtos atemporais e duráveis
Investir em mobiliário e estofados neutros, não datados, confortáveis e adaptáveis às necessidades das gerações mais antigas. Por exemplo, poltronas e sofás com altura para sentar e levantar com facilidade, evitando estofados baixos e sem braço lateral.
Cozinhas acessíveis
Dê preferencia à gavetas no lugar de portas nos armários inferiores para que não haja muita necessidade de abaixar para acessar os itens da cozinha. Deixe os itens mais utilizado pelo morador 60+ em local de fácil acesso e os utilizados pela geração mais jovem podem ficar em armários superiores. Importante ter um bom espaço de circulação.
Living e sala de jantar
Este é um ambiente plural, onde as pessoas da família socializam e recebem visitas. Em uma casa de várias gerações, deve ser um ambiente agradável para todos os visitantes e familiares. Importante não entulhar esse espaço, deixando livre os acessos e evitando definitivamente o uso de tapetes.
Banheiros
Você provavelmente deve ter pensado naquelas barras de apoio no box que toda pessoa idosa abomina. Elas são importantes, sem dúvida, para a segurança. Até porque, a maior parte dos acidentes com os 60+ estatisticamente acontecem dentro de casa. Mas, hoje temos opções bem mais elegantes e inclusivas, que não precisam lembrar um banheiro de hospital. As barras pretas, por exemplo, são mais discretas e elegantes e trazem a mesma segurança com um toque sofisticado.
Manual da boa convivência
Morar e conviver com pessoas de gerações diferentes traz inúmeros benefícios. A troca de experiência dos mais velhos com os mais novos, a convivência dos mais velhos com uma geração tecnológica fomentando a curiosidade e o aprendizado, as histórias e memórias contadas e revisitadas são só alguns desses benefícios. Mas o importante para uma convivência positiva e harmoniosa é sempre o respeito ao limite individual de cada um. De resto, é sempre bom lembrar que são pessoas que já foram jovens e são jovens que estarão envelhecendo. É isso que todo mundo espera, não é?