Como impulsionar os hormônios da felicidade
1 de junho de 2022
Será que podemos realmente aproveitar o potencial do nosso cérebro para dar um boost de positividade? Alguns cientistas, como Loretta Breuning (pesquisadora, escritora e professora na California State University) afirmam que é possível, sim, impulsionar os hormônios da felicidade.
Segundo os pesquisadores, podemos aproveitar nossa compreensão das substâncias químicas do cérebro e reprogramá-lo para aumentar os níveis de serotonina, dopamina, oxitocina e endorfina. Veja abaixo a função de cada hormônio e como aumentar seus níveis no sangue para trazer mais momentos de felicidade na nossa vida.
Dopamina
A dopamina está ligada ao prazer, mas no sentido antecipatório, buscador. Loretta Breuning sugere que se tenha uma meta de longo prazo, uma meta de curto prazo e uma meta de médio prazo. Ela afirma que isso é útil “para que você esteja sempre caminhando em direção a uma recompensa e sempre estimulando essa busca um pouco mais.” Mas, como a dopamina não foi feita para durar, a ideia aqui é desenvolver uma habilidade que ajude a alcançar um sonho distante.
Segundo Breuning, mesmo gastando só 10 minutos por dia nessa habilidade, o importante é ter a sensação de que você está se aproximando da recompensa. Aliás, um bom exemplo é planejar um evento como uma festa, uma viagem, um encontro ou “qualquer coisa que você tenha controle, que você possa investir regularmente.” Por outro lado, também existe o prazer de curta duração. Por exemplo, comer uma comida gostosa, beber um bom vinho ou fazer sexo também acionam ondas de dopamina.
No entanto, a música e a dança podem ser uma forma de sustentar o ciclo de prazer. A pesquisadora e musicista Olivia Foster Vander Elst afirma que ao ouvir repetidamente sua playlist favorita, por exemplo, o prazer continua chegando e você ainda curte o “doce estágio de antecipação” do que você vai ouvir.
Além disso, optando por ritmos que exigem parceiro, como salsa e tango por exemplo, você ainda tem a vantagem de se aproximar e se conectar com pessoas, promover sentimento de empatia e pertencimento, o que pode, inclusive, aumentar os limites de dor, segundo Elst.
Ocitocina
Conhecido como o hormônio do amor e do bem-estar, ele é produzido pelo hipotálamo e costuma ser liberado quando estamos perto de nossos parceiros. Aliás, pesquisas mostram que as concentrações de ocitocina aumentam 40% depois do orgasmo.
Mas, Breuning observa que embora os vínculos tragam sentimento de segurança, a idealização pode gerar decepção. Desse modo, ela sugere investir na confiança, que deve ser recíproca, e evitar a necessidade de “seguir o rebanho” para não se sentir isolado.
Serotonina
Segundo cientistas, o universo de micróbios que vivem no nosso intestino tem sido associado à produção de serotonina. Mais precisamente, 90% desse hormônio é produzido por este órgão. Por esse motivo, a orientação é evitar alimentos processados e com alto teor de açúcar. Desse modo, opte por uma dieta rica em fibras, principalmente à base de plantas, acrescentando produtos fermentados como missô, iogurte probiótico e kombucha. Aliás, existem evidências de que esse tipo de alimentação gera menos depressão e ansiedade.
Por outro lado, se sentir vencedor é uma outra maneira de aumentar os níveis de serotonina. Mas, assim como a dopamina, esse sentimento não dura, o que pode acabar se transformando em um ciclo de dependência por vitória. Nesse caso, o melhor é entender que não dá para ter serotonina o tempo todo. O importante é encontrar maneiras de se colocar para cima e se concentrar nos seus pontos fortes, sem colocar os outros para baixo.
Segundo Ciara McCabe, professora de neurociência da Universidade de Reading, é provável que os níveis de serotonina sejam relativamente fixos. “O que sabemos é que, se você se envolver no que considera experiências subjetivamente gratificantes e prazerosas, provavelmente liberará alguns desses produtos químicos envolvidos em prazer, calma ou contentamento.” Ou seja, se você criar o hábito de viver essas experiências – por exemplo, brincar com seu pet, ganhar um jogo entre amigos ou praticar beach tennis – a simples antecipação da atividade pode se tornar prazerosa.
Endorfina
Estes são opióides que produzimos no nosso corpo e nos fazem sentir momentos de intenso prazer, mas que também atenuam a dor de uma lesão. Associados ao bem-estar, a endorfina quando praticamos atividades físicas.
Mas, caso atividade física não seja sua praia, saiba que um exame PET revelou recentemente que o riso social é outro caminho para o paraíso da endorfina. Um estudo de 2017 realizado por pesquisadores finlandeses e britânicos descobriu que o riso social “aumentou significativamente” os níveis do hormônio. Então, está na hora de assistir aquela peça de comédia ou convidar aquele amigo engraçado para um jantar em casa.
Por fim, todos nós podemos nos beneficiar ao entender essas conexões de estilo de vida com o humor. “Se houver ações que as pessoas possam tomar, testadas e comprovadas cientificamente, elas podem melhorar a maneira como se sentem. Acho muito importante que as pessoas saibam disso.”, diz Raichlen. E nós agradecemos.
Achou importante esta matéria? Compartilhe com outras pessoas para que elas também se beneficiem e busquem produzir mais hormônios felizes!