O que fazer agora para envelhecer melhor?
21 de fevereiro de 2024
À medida em que a ciência avança, novos recursos são disponibilizados para responder a um dos maiores questionamentos humanos: o segredo da longevidade.
Mais do que não apresentar características que são próprias do envelhecimento, ser longevo – ou seja, viver mais e melhor – envolve uma série de fatores que começa por aspectos não visíveis mas que são fundamentais neste processo.
O primeiro e mais importante deles é o cérebro. Segundo Thaís Bento, doutora pela USP e parceira científica do Supera – Ginástica para o Cérebro, é necessário entender que o envelhecimento é um processo constante e comum a todos os seres humanos, abrangendo mudanças biológicas, psicológicas e sociais. “Precisamos olhar o envelhecimento como parte do processo da vida humana que poderá ou não, por meio de oportunidades, promover um processo saudável e significativo”, detalhou.
Os piores hábitos no caminho do envelhecimento
A ciência moderna pode ainda não saber qual é o segredo do bom envelhecimento. Mas há décadas aposta em alertar para hábitos que podem sim, conduzir para um envelhecimento ruim. O relatório de 2020 da Comissão Lancet de Prevenção, Intervenção e Cuidados com a Demência listou 12 fatores de risco modificáveis que atualmente representam cerca de 40% das demências em todo o mundo. Confira:
- Analfabetismo ou pouca educação;
- Hipertensão (não tratada);
- Deficiência auditiva (não tratada);
- Tabagismo;
- Obesidade;
- Depressão;
- Sedentarismo;
- Diabetes;
- Baixo contato social;
- Consumo excessivo de álcool;
- Lesão cerebral traumática;
- Poluição do ar.
O que fazer hoje para envelhecer bem?
Por outro lado, o relatório técnico desenvolvido pela Organização Mundial de Saúde para a “Década do Envelhecimento Saudável (2021-2030)” reforça que o envelhecimento saudável engloba todo o curso de vida. Ou seja, ter um envelhecimento saudável significa desenvolver e manter a habilidade funcional que permita o bem-estar mesmo em idade avançada. Confira o que fazer hoje para ter um envelhecimento mais saudável:
- Engajamento social – participação social, ter um bom suporte social seja com a família ou amigos;
- Não fumar e controlar os níveis de consumo de bebidas alcoólicas;
- Praticar atividades físicas, cultivar atividades de lazer e intelectuais – ler, fazer artesanatos, pintar, ouvir música, estimular o raciocínio com jogos, assistir filmes, tocar instrumentos musicais, etc.;
- Ter uma rotina e uma boa noite de sono (consultar um especialista quando necessário);
- Gerir o estresse e a ansiedade – gerenciar emoções e realizar terapias (caso necessário para tratar transtornos de humor, pois pode piorar as funções cognitivas e desencadear quadros demenciais);
- Realizar exames periódicos de saúde (com especialistas da área);
- Ter um propósito de vida – quando se tem um propósito de vida, objetivos e metas, damos sentido à vida, por isso a importância de cultivar a espiritualidade.
Fique atento às suas emoções!
Ainda segundo a especialista, dentro deste processo um ponto que passa quase despercebido pode fazer toda a diferença no processo de longevidade: as emoções.
Uma regulação das emoções faz com que consigamos passar pelas adversidades da vida com mais leveza, adaptação ao meio e resiliência. Desenvolver essa inteligência emocional prevenirá o surgimento de transtornos do humor, como a ansiedade, o estresse crônico e a depressão. Estes são fatores de risco para desencadear declínio cognitivo e quadros demenciais. Portanto, ter uma mente saudável, cultivar pensamentos positivos, sentimentos de valorização da vida e resgate de emoções e lembranças afetivas auxiliam no envelhecimento com uma boa qualidade de vida e bem-estar psicológico”, concluiu.
Texto parceria com a Rede Supera – Ginástica para o Cérebro