Hipnoterapia: quando a ajuda vem lá do fundo da mente

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Quem nunca viu um show de mágica ou espetáculo de circo em que alguém foi hipnotizado? O que nem todo mundo sabe é que a hipnose não surgiu com objetivos de recreação ou uma forma de obter alguma vantagem ou subserviência de alguém para fins escusos.

Criada no século XVIII pelo médico alemão Franz Mesmer, essa técnica foi desenvolvida com objetivos terapêuticos. Desde o começo, trouxe resultados espetaculares em casos clínicos aparentemente insolúveis.

Dr. Mesmer induzia os pacientes a estados alterados de consciência e, assim, conseguia inclusive realizar cirurgias usando somente anestesia hipnótica. Basicamente isso.

O fato é que isso não agradou a todos. A comunidade médica ficou enfurecida e o forçou a sair de Viena. Como não havia nenhuma evidência científica para explicar essas curas, as práticas de hipnoterapia simplesmente foram proibidas para fins medicinais durante um bom tempo.

O que acontece durante a hipnose?

Durante o transe hipnótico, você não fica nem inconsciente nem adormecido. E, sim, num estado profundamente relaxado que deixa a mente aberta para aceitar sugestões que ajudam em alguns objetivos. Ao olhar para um ponto fixo, tudo o que está ao seu redor desaparece.

Depois disso, você perde a noção do tempo e o cérebro passa por um fenômeno neurológico que altera a consciência, envolvendo as diversas áreas cerebrais. Com isso, o cérebro consegue lembrar de fatos esquecidos, ignorar a dor ou ainda associar vícios às situações desagradáveis que influenciam o comportamento do indivíduo.

A hipnose é essencialmente uma relação profunda entre mente-corpo. É quando podemos fazer a mente dizer ao corpo como reagir, assim como modificar as mensagens que o corpo envia à mente.

Afinal, como a hipnoterapia pode ajudar as pessoas?

A hipnoterapia (uso da hipnose com propósitos terapêuticos) tem sido usada para combater enjoos da gravidez e quimioterapia; ansiedade odontológica; dores associadas a cirurgias, tratamento de canal e parto; medo de voar e falar em público; certas compulsões; soluços intratáveis, entre muitas outras questões de saúde problemáticas.

Além dos aspectos físicos, a técnica também pode ajudar a superar traumas emocionais, aliviar angústias e, inclusive, auxiliar quem é 60+ no processo de autodescoberta como pessoas produtivas, abrindo para elas um leque de oportunidades para a realização de sonhos que ficaram para trás ao longo da vida.

Como disse o hipnólogo norte-americano William Blank, “a hipnose é, na pior das hipóteses, o melhor placebo do mundo.”. Então, por que não tentar?

Então, quem pode ser hipnotizado?

Segundo um estudo da Universidade de Stanford, 75% da população é passível de ser hipnotizada. No entanto, para alguns pacientes, o problema é tão complexo que instruções e comandos específicos podem ser ineficazes.

Os benefícios da hipnose podem depender de como os processos inconscientes são desencadeados no cérebro do paciente, já que existe uma grande quantidade de material no inconsciente que pode ser usado na cura, mas pode ser subutilizada como ferramenta terapêutica.

Como com qualquer outra profissão, alguns hipnoterapeutas são mais talentosos do que os outros. Por isso, as recomendações de profissionais vindas dos amigos são valiosas. Também é útil consultar o website da Sociedade Brasileira de Hipnose, que mantém uma lista de referência de terapeutas por localização e especialidade.