Eutonia: Terapia corporal para processo de autocura buscando o equilíbrio das tensões

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“É preciso ser leve como um pássaro e não como uma pluma.”
(Paul Valéry)

Neste exato instante, quando você está lendo este texto, quais instruções sua mente está enviando para seu corpo? Você está plenamente presente e consciente dos seus gestos e movimentos? Mesmo que seja a ausência de movimentos?

De alguma maneira, com o passar do tempo, a maioria das pessoas começa a usar o próprio corpo no modo “piloto automático”. Deita, levanta, senta, caminha e corre sem perceber que existe um conjunto de músculos e ossos funcionando em conexão com os neurônios, muitas vezes de forma inconsciente e involuntária gerando tensões.

A Eutonia é uma terapia corporal que trabalha justamente para quebrar esse tipo de padrão, trazendo para as pessoas o autoconhecimento do corpo por meio de práticas que as tornam conscientes de si mesmas e dos seus movimentos.

Basicamente o princípio da terapia é a percepção das tensões, das emoções, dos hábitos e dos pensamentos que estão ligados intimamente a todos os aspectos do corpo. a intenção prévia de realizar um movimento, produz uma ativação da circulação, influenciando assim, o tônus muscular.

Num primeiro momento, esse conceito pode parecer abstrato, mas o fato é que a Eutonia vem trazendo resultados nos tratamentos de doenças osteoarticulares, fibromialgias, patologias da coluna, problemas de articulações, distúrbios de percepção e questões psicossomáticas.

Simplesmente porque é um processo de autocura por meio da consciência de si mesmo em um nível mais profundo e sem “piloto automático”.

Os conceitos da Eutonia se resumem em quatro princípios fundamentais

1. Conscientização superficial e profunda da pele. Por meio da pele respiramos, suamos, nos comunicamos. Estar mais consciente da própria pele nos ajuda a obter uma imagem mais clara do corpo.
2. Conscientização do nosso espaço interno. Ao tomar consciência do espaço tridimensional de nosso corpo e o volume que compõe essas dimensões, as funções dos órgãos e seus diferentes aspectos se tornam mais presentes.
3. Conscientização dos ossos. A conscientização da estrutura óssea implica na observação e experimentação do próprio esqueleto, trazendo um alinhamento ósseo adequado às forças gravitacionais.
4. Contato consciente. É a ampliação do campo da consciência além dos limites visíveis do corpo.

O nascimento do método e uma história inspiradora

Gerda Alexander, a criadora da Eutonia, nasceu na Alemanha em 1908 e desde jovem tinha o sonho de ser bailarina. Aos 16 anos, depois de várias crises de febre reumática, contraiu uma endocardite. Foi quando os médicos a proibiram de realizar qualquer tipo de movimento.

Em um processo de autocura, ela re-aprendeu a se movimentar com o mínimo de esforço possível, economizando todas energias.

Graças ao seu profundo interesse pelo movimento, ela conseguiu terminar seus estudos como professora de rítmica na Alemanha e comprovar pelas suas observações, pesquisas e estudos, que quando existe uma noção clara do que fazer, o organismo reage usando exatamente a quantidade certa de energia, com o nível necessário de tônus para executar o movimento, desde que os músculos sejam flexíveis e não estejam inibidos pelas tensões habituais.

“Usando-se a atenção nas sensações do corpo promove-se à ampliação da percepção e da consciência corporal. Um processo em que o aluno acessa a sabedoria que é própria do corpo usando-a a seu favor”.
(Gerda Alexander)

Como aprender mais sobre a Eutonia

A Eutonia vem conquistando cada vez mais espaço pelo mundo afora, inclusive no Brasil.

Para saber mais sobre o assunto, recomendamos o livro “Conversas com Gerda Alexander”, da autora Violeta Hemsy de Gainza. São relatos pessoais de uma vida emocionante e dedicada ao estudo dos movimentos do corpo e da Eutonia.

No site da Associação Brasileira de Eutonia, você poderá encontrar mais informações e, inclusive, uma relação de profissionais especializados no país.

O termo eutonia é composto de duas palavras gregas: eu que significa bom, harmonioso. Tonos é uma referência ao tônus muscular, grau de tensão ou elasticidade de nossas fibras musculares.

Ou seja, Eutonia é uma tensão boa, equilibrada e boa para a saúde.

A Eutonia pode ser praticada por todas pessoas que buscam o autoconhecimento e uma relação mais saudável com o corpo.

Para quem é 60+ traz uma oportunidade de fazer uma terapia corporal suave, atraumática e altamente transformadora para buscar o autoconhecimento da mente e do corpo em níveis mais profundos.

“A Eutonia é antes de tudo uma aprendizagem que nada tem a ver com o ensino cujos resultados são quantificados e passados igualmente para todos os corpos. (…) Não é também uma ginástica postural, ou um método por meio do qual se ensinam técnicas de movimentos ou respiratória. Na verdade, a prática pressupõe procedimentos que se fundamentam na experimentação e na pesquisa do próprio corpo, baseia-se na investigação e na experiência, e neste sentido é um método empírico.”
(DASCAL)