6 livros para devorar em 2020
9 de janeiro de 2020
(Foto: Shutterstock)
Ler é mais do que um passatempo gostoso. Para muitos a leitura de um livro é também um vício e uma forma de melhorar o cérebro, enriquecendo o vocabulário e estimulando a memória. Por isso, fizemos uma listinha especial de livros para devorar, pensada nos 60+. Os temas são variados, mas todos têm algo em comum: fazem pensar.
Boa leitura. Aproveite e divirta-se.
1. A Guerra Pela Uber – Mike Isaac
(Foto: Divulgação)
Quando a Uber nasceu, instantaneamente virou a startup queridinha do Vale do Silício e não demorou para receber o aporte de bilhões em dólares de capital de risco. Assim, com rápido crescimento global, a empresa parecia estar no mesmo nível tecnológico de uma Amazon, Apple e Google. Só que não foi bem assim. Por conta de uma cultura interna tóxica da empresa, as táticas para destruir qualquer obstáculo no caminho e a liderança de um CEO impetuoso e ambicioso, a empresa foi se transformando aos poucos em uma lição moral sobre os perigos que cercam a cultura das startups.
O premiado jornalista do The New York Times, Mike Isaac, conta essa história, com base em centenas de entrevistas com funcionários atuais e antigos da companhia, além de documentos inéditos. Portanto, “A guerra pela Uber” é uma história atual sobre ambição, mentiras e inovação tecnológica. Isto é, traz como protagonista um admirado CEO que se tornou um dos mais abomináveis. É uma história que pode interessar a todos que, mais do que usar o aplicativo, gostam do cenário de inovação e histórias reais do mundo dos negócios.
2. Devoção – Patti Smith
(Foto: Divulgação)
Uma das figuras mais influentes da música e da cultura pop, Patti Smith hoje, com 73 anos, é também uma escritora reconhecida pela prosa profunda e poética. Em “Devoção”, seu mais recente livro lançado em 2019, ela fala sobre seu processo criativo e faz uma reflexão sobre questões como: por que escrevemos? De onde surgem ideias e histórias? Qual é o mecanismo da inspiração? De acordo com Patti, “a inspiração é a incógnita da equação, a musa que assola na hora oculta. As setas voam e não se percebe o impacto, nem se percebe que todo um elenco de catalisadores, uns independentes dos outros, reuniu-se de modo clandestino para formar um sistema singular, dissolvendo o indivíduo com as vibrações de uma doença incurável – ao mesmo tempo profana e divina”.
Além de uma vasta discografia, Patti Smith tem uma história impressionante. Ao chegar em Nova York no final dos anos 60, ela dormia escondida na livraria onde trabalhava durante o dia até conhecer o artista Robert Mapplethorpe, ao lado de quem passou a viver e desenvolver um trabalho artístico. Mais do que uma escritora com grande talento para as palavras, Patti é uma 60+ com conteúdos profundos, que nascem de uma história intensa e cheia de significados. “Devoção” é uma delicada e poderosa reflexão sobre a escrita, com observações de uma vida dedicada às palavras.
3. Vó, me conta a sua história? – Elma van Vliet
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Histórias de pessoas queridas merecem ser registradas. Com base nessa ideia, o livro “Vó me conta sua história” ajuda a compartilhar recordações, memórias e sonhos das avós. Em formato de perguntas, o livro é uma forma de reviver e dividir momento especiais com toda a família. Com espaço para escrever e colar fotografias, as avós poderão fazer uma viagem no tempo. Seja para o passado, por meio das memórias. Seja para o futuro, por meio de um registro que será lido com carinho pelas próximas gerações. Normalmente esse livro é dado de presente para as avós, mas nada impede que você compre o livro e o entregue preenchido para seus netos. Com certeza, eles vão adorar conhecer os detalhes de uma história única e tão especial.
4. Um Cavalheiro em Moscou – Amor Towles
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Se você curte um bom romance, daqueles que é difícil de largar até o último parágrafo, então certamente você vai adorar “Um Cavalheiro em Moscou, de Amor Towles”. O livro permaneceu por quase um ano na lista de best-sellers do New York Times, com mais de um milhão de exemplares vendidos. Aleksandr Ilitch Rostov, “O Conde”, é condenado por um tribunal bolchevique à prisão domiciliar no sótão do luxuoso hotel Metropol de Moscou. Mas mesmo após as transformações políticas da Rússia no início do século XX, o hotel conseguiu se manter como o destino favorito de estrelas de cinema, aristocratas, diplomatas, bons-vivants, militares e jornalistas. O tempo todo, mudanças continuavam entrando no hotel, criando um desequilíbrio cada vez maior entre os velhos costumes e o mundo exterior. Graças à personalidade cativante e otimista do Conde, ele soube lidar com a sua nova condição como um verdadeiro cavalheiro.
Sua leitura vale a pena, pois é um livro que trata com humor e leveza sobre os valores e tradições deixados para trás pelo avanço da história.
5. A menina da montanha – Tara Westover
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A trajetória real da americana que pisou numa sala de aula pela primeira vez aos 17 anos até a conquista do doutorado em Cambridge. Tara Westover “A menina da montanha” foi eleito o livro do ano pela Amazon (em 2018), escolhido como um dos livros do ano pelo Bill Gates e indicado por Barack Obama, além de estar entre os mais vendidos do NYT. Tudo isso porque a história é realmente incrível.
É sobre Tara Westover, que pisou pela primeira vez em uma sala de aula aos 17 anos. Nascida nas montanhas de Idaho, Estados Unidos, ela e a família viveram isoladas da sociedade por conta do fanatismo do pai, preparando-os para o fim do mundo, estocando conservas e dormindo com uma mala pronta para o caso de fuga. Além disso, Tara jamais viu um médico durante a infância e não foi a uma escola. Mas, quando um de seus irmãos conseguiu entrar para a faculdade, Tara resolveu aprender matemática, gramática e ciências para prestar o vestibular. E, assim, foi admitida na Universidade Brigham Young e depois conseguiu chegar às universidades de Harvard e Cambridge, na Inglaterra. “A menina da montanha” é um relato autobiográfico, uma história universal que nos faz refletir sobre a educação como forma de enxergar a vida com outros olhos e a possibilidade de transformação.
6. Um teto todo seu – Virgínia Woolf
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A escritora Virginia Woolf é conhecida como uma das mais proeminentes figuras do modernismo britânico. Além de uma série de obras notáveis de ficção, ela também deixou um registro importante de uma série de palestras que deu em outubro de 1928 no Newnham College e Girton College, duas escolas para mulheres na Cambridge University: o ensaio “Um Teto Todo Seu”.
Com base no argumento de que “uma mulher precisa ter dinheiro e um teto seu se quiser escrever ficção”, Virginia mostra como historicamente as mulheres não tinham chances de ler, escrever e produzir literatura por falta de liberdade econômica. Uma vez que no passado, elas só se tornavam escritoras quando os seus pais eram excepcionalmente ricos ou muito nobres.
Cem anos depois de publicado pela primeira vez, esse ensaio se mantém atual por conta da visão histórica e por afirmar a importância da educação para que as mulheres tenham independência financeira e voz, inclusive na Literatura. Uma ótima leitura para mulheres e homens de todas idades que desejam um futuro com mais possibilidades para filhas, netas e bisnetas.