Como academias ao ar livre criam impacto positivo nas cidades e na vida dos 60+
10 de julho de 2019
(Foto: Shutterstock)
Já pensou em praticar exercícios físicos num espaço verde, com ar fresco e sem precisar pagar por isso? Bem-vindo às academias ao ar livre. Um conceito que estimula os cuidados com o corpo de forma acessível e democrática.
Abreviadas como AAL, as “Academias ao Ar Livre” são basicamente instalações públicas com equipamentos para fazer musculação e outros exercícios.
Localizadas em parques, praças e até trechos de ciclovias, há muitos anos as AAL fazem parte de projetos urbanos em diversos países. Inclusive no Brasil, onde o primeiro registro de um espaço assim foi em 1926 na cidade de Porto Alegre, com a criação de uma “praça de esporte e recreação”.
Nos Estados Unidos e na Europa, as academias ao ar livre ficaram populares entre as décadas de 1960 e 1970 e nunca mais saíram de moda.
Longevidade e exercícios
Dona Célia começou a frequentar uma academia ao ar livre no seu bairro em Curitiba quando estava com 60 anos. Hoje, aos 85, mantém o hábito diário de fazer exercícios e alongamentos no mesmo local, uma praça próxima de onde ela mora.
Os resultados desse treinamento ao longo do tempo são visíveis. Porque ela consegue fazer caminhadas na cidade (em ritmo lento, claro) e subir as escadas do apartamento no segundo andar sem o corpo reclamar.
Assim como Dona Célia, muitos outros 60+ frequentam as academias ao ar livre em busca dos benefícios que as atividades físicas trazem ao corpo e à mente.
Já foi mais do que comprovado que exercícios fazem bem ao coração, aumentam a resistência, ajudam os ossos ficarem mais fortes, trazem mais energia, fazem perder peso, melhoram a autoestima, afastam a depressão e contribuem para conquistar uma longevidade saudável.
Um projeto para cidades inclusivas
As academias tradicionais costumam oferecer equipamentos e serviços que justificam a cobrança de mensalidades. No entanto, nem todo mundo curte esse tipo de ambiente ou tem recursos para frequentá-lo. Por isso, as AAL são tão importantes e devem cada vez mais ser incorporadas aos projetos urbanos.
Esse tipo de instalação faz parte das ações previstas pela Estratégia Global de Alimentação e Atividade Física. Criada em 2004 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que até sugeriu pintar os equipamentos com cores vibrantes como forma de incentivar o seu uso.
Recentemente foi lançado um estudo para criar o Ranking das Capitais Brasileiras Amigas da Atividade Física, feito pelos pesquisadores Adriano Akira Ferreira Hino, Priscila Bezerra Gonçalves e Rodrigo Siqueira Reis, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), com apoio da revista SAÚDE É Vital (Editora Abril).
O objetivo era mapear informações sobre as capitais brasileiras e classificá-las segundo o potencial para a prática de atividade física, considerando vários aspectos para a comunidade.
Um dos princípios do ranking considera as condições que reduzem a desigualdade nos níveis de atividade física no tempo livre, em especial nos grupos de maior risco para sedentarismo: mulheres, idosos, crianças e pessoas com menor renda e escolaridade. Saiba mais sobre esse estudo .
Um novo espaço para treinadores
Durante mais de 20 anos Márcia foi professora de academia e, desde o ano passado, mudou sua forma de trabalhar. Hoje é personal trainer que dá aulas em espaços públicos como parques, praças, ruas e ciclovias. Segundo ela, o objetivo é mostrar como é possível exercitar o corpo sem a obrigação de frequentar academias. Tudo isso de um jeito livre, divertido e sustentável.
Com ou sem personal trainer, sozinho ou acompanhado, as atividades ao ar livre são uma excelente opção para você praticar exercícios. Porque no final tudo isso vai definir não apenas o seu corpo, mas também como será a sua longevidade em termos de qualidade de vida.