Arquitetura e longevidade
8 de maio de 2019
(Foto: Shutterstock)
Quando nasce um bebê, geralmente as casas são adaptadas. As tomadas são cobertas, os cantos de mesas protegidos e as janelas ganham redes de proteção.
Algo semelhante também acontece quando as pessoas chegam em uma certa idade, quando barras de ferro são instaladas nos banheiros e nas escadas, os tapetes são guardados e outros dispositivos de segurança são introduzidos nos ambientes.
As duas situações são exemplos do que acontece com 99% das casas no mundo todo: como elas raramente são projetadas considerando as diferentes fases da vida, as adaptações que surgem ao longo do tempo são “remendos” que normalmente deixam a desejar, seja no sentido funcional, seja em termos estéticos.
Ao contrário dos bebês que crescem logo, as pessoas maduras podem viver nesses ambientes até 40 anos ou mais. Ou seja, não é uma situação provisória, mas uma questão que acaba sendo crucial em termos de longevidade e qualidade de vida.
Mais do que nunca esse tema está no radar dos arquitetos e designers de interiores, especialmente porque a população acima de 60 anos deve dobrar no Brasil até o ano de 2042, em comparação com os números atuais.
Projetar uma moradia para os 60+ é algo mais complexo do que se pensa. São vários detalhes e soluções que podem mudar tudo em termos de conforto e segurança para os moradores.
Um aspecto fundamental é que, além de ser prática e funcional, a casa também precisa ter alma e refletir aspectos da personalidade. As soluções devem ser de preferência customizadas.
Por isso, antes de qualquer coisa, é indicado chamar um arquiteto ou designer de interiores para fazer uma análise do espaço, um check up da moradia.
Mesmo assim vale lembrar que, ao construir, comprar ou reformar uma casa, alguns aspectos universais devem ser considerados:
- Portas amplas que permitem a passagem de uma cadeira de rodas;
- Espaços de circulação sem barreiras;
- Piso nivelado e uniforme;
- Móveis em alturas adequadas;
- Iluminação de reforço na cozinha e no banheiro;
- Facilidade de limpeza;
- Baixo custo de manutenção;
- Conforto térmico e iluminação natural;
- Instalação de tecnologias que conectam e trazem segurança.
Criar um espaço para alguém completamente independente é muito diferente de uma moradia para uma pessoa que começa a ter algumas limitações. E não há nada de degradante nisso! Entender que temos de nos adaptar às diferentes fases da vida e encarar isso com gratidão (afinal, a outra opção é bem pior ☺) é fundamental para garantir uma longevidade saudável e feliz!
Esses são apenas alguns itens que criam um ambiente perfeito para a longevidade. Que os designers e os arquitetos continuem buscando novas soluções, ainda mais porque em algum momento da vida eles poderão usufruir de tudo isso também.